Jossan Batistute
Atualizados com os avanços tecnológicos, criminosos desenvolvem, com cada vez mais sofisticação, crimes para tirar dinheiro de vítimas. A modalidade atual mais comum é popularmente conhecida por “golpe do WhatsApp”, em que os delinquentes se passam por amigos ou familiares para convencer a vítima a depositar dinheiro na conta deles. Em 2020, foram mais de 5 milhões de brasileiros atingidos, de acordo com um levantamento de um laboratório de segurança digital. Agora, para driblar as barreiras de segurança virtuais, os bandidos desenvolveram táticas de persuasão que induzem as pessoas a fornecer dados que facilitam a invasão.
“É um golpe que tem sido muito frequente. As pessoas se passam por filhos, pedem dinheiro para os pais e, muitas vezes, aproveitam as fragilidades e vulnerabilidades das vítimas”, ressalta o advogado Jossan Batistute, sócio do Escritório Batistute Advogados. De acordo com ele, há clientes que perderam R$ 35 mil e outros que chegaram a realizar vários depósitos, totalizando cerca de R$ 150 mil. “É muito importante analisar os detalhes de cada caso para saber de quem é a responsabilidade. Obviamente, nada se receberá dos golpistas que sequer são encontrados, porém, em muitos casos, é possível buscar na Justiça a responsabilização dos bancos e do Facebook, que é dono do WhatsApp. No caso dos bancos, a responsabilidade pode se configurar tanto daquele onde foi criada a conta fraudulenta quanto o da própria vítima”, explica.
Entre as maneiras mais comuns de se aplicar um golpe pelo WhatsApp estão chip clonado (golpista clona o número de telefone, bloqueia a linha original e se passa pela vítima para extorquir dinheiros dos contatos dela), recarga ilimitada (oferta de serviço de recarga a preços bem abaixo dos praticados pelo mercado), e sites falsos (quando os clientes acessam e assim repassam, sem saber, seus dados a golpistas).
O advogado Jossan Batistute orienta algumas ações para evitar cair em golpes. “Habilitar a verificação de segurança com autenticação de dois fatores é uma delas, bem como jamais repassar códigos recebidos por SMS por telefone ou quaisquer informações e dados a pessoas desconhecidas ou que ligam em nome de empresas e autoridades, além, evidentemente, de desconfiar bastante de quem faz contato sem que se tenha solicitado, ainda mais se for pedindo dinheiro.”, diz Batistute.
O advogado ainda orienta que, na dúvida, recomenda-se entrar em contato por telefone com quem, supostamente, está solicitando o dinheiro ou os dados – afinal, dessa maneira, ouvindo a voz da pessoa é possível saber se é o (a) filho (a) que está, mesmo, pedindo o dinheiro ou não. “Mas, se, mesmo assim, a pessoa cair no golpe, então, será necessário procurar a polícia para registrar Boletim de Ocorrência e, depois, analisar detalhes do caso para dar os contornos das responsabilidades, definir as medidas cabíveis e buscar, na Justiça, recuperar o prejuízo.”